Diz putinha: o que é o amor?
A forma mais consistente de amor que experimentei na vida foi o materno. Doces afagos e carinho constante até o dia em que ela me vendeu para o vizinho velho em troca de uma vaca.
Nesse mesmo dia, a idéia de amor romântico se desfez. Beijo é sujo, pele é suja, homens são sujos. Todos eles. Talvez eu sinta um pouco de amor próprio. Acho que é isso: o amor que eu mais sinto é o próprio. E foi por esse motivo que eu, nesse mesmo dia, matei o velho, pulei a cerca e cortei a garganta da vaca.
Desde então trabalho com sujeira, saliva, suor e porra quente. Sou uma suja que trabalha com a sujeira de estranhos. E é isso que vou fazer até minha buceta não valer mais um centavo.
Amor é uma coisa de embalagem de paçoca.